es-Quer mais mulheres na liderança? Comece no dia 12 de outubro

04.07.2017

Quer mais mulheres na liderança? Comece no dia 12 de outubro

Por que as meninas não podem ganhar carrinhos? Mulheres não dirigem na nossa sociedade?

A falta de diversidade de gênero nas empresas e os desafios das mulheres para avançarem em cargos de liderança são fruto de estereótipos e pressões culturais.  

Quando falamos de meninas e meninos, isso fica muito evidente. Se a menina é curiosa, assertiva e determinada, os adultos dizem que ela é cheia de vontades e mandona. Se o menino é bagunceiro e desobediente, ouvimos que ele tem muita energia e vontade própria e, certamente será um vencedor.

E quando pegamos a nossa lupa dos estereótipos, vemos muito mais claramente de onde vem todas essas categorizações: dos papéis que se espera de meninos e meninas.

Eu queria muito adotar uma criança, mas tem que ser menino. Menina é muito complicada e dá mais trabalho. Tem que colocar laço no cabelo... um monte de frescuras.

Depoimento de uma aluna, durante o café em um dos nossos cursos sobre liderança feminina.

Chocada, minha amiga e sócia, Renata Moraes perguntou: Estamos aqui num evento com 60 mulheres e tem alguma delas com laços no cabelo? A aluna se calou e a conversa parou por ali.

Durante o workshop, quando mostramos os dados de diferenças salariais entre homens e mulheres no Brasil, ocupando as mesmas posições e cargos (mulheres ainda ganham 25% que homens), Renata falou em tom de ironia: "Os gestores têm mesmo que pagar menos para as mulheres, afinal elas são mais complicadas e dão mais trabalho". Ao final, a aluna veio falar que percebeu o quanto ela (e todas nós!) repete mantras que nos foram ensinados, sem fazer reflexão alguma sobre o assunto.

E o que o dia das crianças tem a ver com isso?

Por que as meninas não podem ganhar carrinhos? Mulheres não dirigem na nossa sociedade? Empresas de transporte coletivo urbano já estão à caça delas, por se destacarem na profissão.

Por que homens não podem ganhar bonecas ou panelinhas? Cada vez mais meu amigos tem se mostrado ótimos pais e ficaria aqui até amanhã se quisesse listar os nomes dos melhores cozinheiros do mundo.

Os padrões de brincadeiras e brinquedos se repetem

Nas férias, procurando diversão para minha filha Rafaella de 4 anos, achei o anuncio abaixo no site de um shopping em São Paulo. Olhem bem para a linguagem que descreve as atrações. Nem preciso dizer que os meninos são desafiados a pensar e as meninas são estimuladas a serem bonitas e agradarem aos espectadores. Rafaella passou longe desse shopping, é claro.

E olhem que nem estou discutindo aqui, o Índice Pink de Preço. Uma consultoria internacional fez um levantamento de preços entre itens similares (brinquedos, eletrônicos, roupas), mas de cores diferentes e descobriram que os itens cor de rosa são até 37% mais caros do que os outros.

A questão não é meninas brincarem só com brinquedos de meninos e vice-versa. A questão é que não existem brinquedos de meninas e brinquedos de meninos. Brinquedos não tem gênero. Rafaella ama Frozen e Darth Vader. E isso é o que importa: Ela pode ser, gostar, ganhar e querer o que quiser. E é isso que os presentes do dia 12 de outubro devem dizer para as crianças: Você pode qualquer coisa!

Matéria escrita por Daniele Botaro

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