Grupos de afinidade: o que são e como criar na sua empresa
Nos últimos anos, Diversidade e Inclusão emergiu como um novo imperativo para organizações que desejam ter mais resultados e serem comprometidas de verdade com a construção de ambientes mais equitativos e inclusivos.
Nesse contexto, os grupos de afinidade surgem como uma das ações utilizadas nas empresas para atingir esse objetivo.
Esses grupos, que reúnem pessoas com características ou interesses em comum, têm se mostrado não apenas espaços de apoio e pertencimento, mas catalisadores de mudanças significativas na cultura.
Mas qual a definição de um grupo de afinidade, por que eles são importantes e como implementá-los na sua empresa?
O que são grupos de afinidade?
Pode-se definir "grupo de afinidade" como uma associação multidisciplinar de pessoas embaixadoras em DEI dentro das empresas, responsável por dar voz a demandas e apoiar o engajamento organizacional no tema que tratam.
De maneira geral, os grupos de afinidade são formados voluntariamente por pessoas colaboradoras que se reúnem em apoio a causas e objetivos em comum, conectados ao posicionamento de Diversidade e Inclusão da empresa. Operam com os princípios de inclusão, diálogo aberto e contribuição construtiva.
Eles são organizados em torno das dimensões de DEI. Os exemplos mais comuns incluem:
- Gênero (mulheres);
- Raça e etnia (pessoas negras, amarelas, indígenas);
- Orientação sexual e identidade de gênero (comunidade LGBTQIA+);
- Pessoas com deficiência;
- Pessoas com mais de 50 anos.
Quem pode participar do grupo de afinidade?
Podem participar pessoas que fazem parte desses grupos minorizados ou pessoas aliadas à causa, a depender da configuração de cada grupo de afinidade.
É possível que existam associações na empresa que sejam exclusivas para as pessoas que estão dentro do recorte ao qual o grupo atende, mas também é comum que pessoas aliadas integrem esses espaços.
É importante lembrar que uma pessoa aliada é alguém que não necessariamente faz parte do grupo minorizado em questão, mas se compromete a apoiar ativamente essas pessoas, reconhecendo as desigualdades e trabalhando para diminuí-las.
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Funções de um grupo de afinidade
As responsabilidades de um grupo de afinidade podem variar de acordo com cada organização, mas costumam seguir uma linha similar de atribuições. As mais comuns são:
- Promover conscientização;
- Advogar por mudanças na empresa;
- Dar apoio e orientar pessoas colaboradoras;
- Incentivar engajamento e conexão;
- Coordenar esforços com as lideranças.
Promover conscientização
Um dos papéis essenciais de um grupo de afinidade é estar à frente da sensibilização da empresa sobre questões relacionadas à diversidade e inclusão. Isso inclui educar membros e não membros do grupo sobre tópicos relevantes dentro da pauta.
Advogar por mudanças na empresa
Os grupos de afinidade têm como uma de suas funções atuar como defensores de mudanças culturais na empresa. Isso pode envolver advogar por políticas mais inclusivas e ações afirmativas para grupos minorizados. Alguns exemplos incluem benefícios inclusivos, políticas de contratação mais diversas, implementação de práticas amigáveis a pessoas trans, etc..
Dar apoio e orientar pessoas colaboradoras
Outra função comumente atribuída a um grupo de afinidade é a de oferecer suporte e orientação a membros, especialmente pessoas que enfrentam desafios específicos no ambiente de trabalho. O grupo pode fornecer recursos, aconselhamento e um espaço seguro para compartilhar experiências e buscar soluções para questões que possam surgir.
Incentivar engajamento e conexão
Criar oportunidades de conexão e networking entre diferentes grupos dentro da organização é outro dos papeis delegados aos grupos de afinidade. Esse incentivo a um engajamento mais frequente colabora para fortalecer laços entre equipes.
Coordenar esforços com as lideranças
A colaboração construtiva com a liderança é uma das funções mais importantes de um grupo de afinidade. Essa proximidade permite implementar políticas e práticas que tragam resultados e mudanças reais para as pessoas colaboradoras.
O grupo pode ser convidado a participar de comitês, oferecer feedbacks e elaborar em conjunto as estratégias de Diversidade e Inclusão da empresa.
Por que grupos de afinidade são importantes para as empresas?
Segundo pesquisa conduzida pelo Software Advice, 65% dos participantes relataram que os grupos de afinidade tiveram um efeito extremamente positivo em suas experiências de trabalho.
Eles são espaços para que pessoas colaboradoras possam compartilhar e debater ideias, trocando opiniões e experiências, estreitando laços e construindo um ambiente de acolhimento e troca de conhecimento sobre DEI.
Além disso, grupos de afinidade apoiam a valorização da diversidade na organização, o que ajuda as empresas a terem equipes mais heterogêneas, ampliando a variedade de ideias e abordagens para enfrentar desafios e buscar soluções inovadoras.
Quando é dada às pessoas a possibilidade de se reunirem em grupos de afinidade, elas se sentem mais incluídas e aceitas.
Por isso, essa é uma das ações mais comuns quando o objetivo da empresa é ampliar o sentimento de pertencimento nas equipes, essencial para manter o bem-estar e a produtividade nos times.
Participar de grupos de afinidade também dá às pessoas colaboradoras a oportunidade de aprender sobre experiências e desafios enfrentados por colegas. Esse é um grande estímulo para exercitar a empatia e o entendimento mútuo, ajudando a reduzir preconceitos e estereótipos no ambiente de trabalho.
Como criar grupos de afinidade na sua organização
Não é incomum que grupos de afinidade surjam de maneira espontânea nas organizações. Mas, para que eles realmente funcionem como aliados estratégicos das ações de DEI na empresa, o ideal é planejar e estruturar seu funcionamento.
A seguir oferecemos algumas orientações para guiar você na construção desses espaços.
Identifique a necessidade e defina o objetivo
O primeiro passo para criar um grupo de afinidade é identificar a qual necessidade ele atende. Você pode utilizar algumas ferramentas para construir esse conhecimento, como pesquisas de clima organizacional, feedbacks das pessoas colaboradoras ou análise de dados de DEI que já existam.
Além disso, é importante definir claramente o objetivo do grupo, que pode ser apoiar funcionários e funcionárias de grupos minorizados étnicas, promover a inclusão de pessoas com deficiência, etc..
Busque apoio das lideranças
É crucial obter o apoio da liderança da empresa para que a criação do grupo de afinidade seja bem sucedida e funcione como ponto de transformação cultural.
Uma maneira de conseguir esse patrocínio é apresentando um plano detalhado, que destaque os benefícios que o grupo trará para a organização (como fortalecimento de uma cultura mais inclusiva e/ou maior retenção de talentos).
Forme um comitê organizador e defina regras
O próximo passo para a criação bem sucedida de grupos de afinidade é contar com uma estrutura formal de gerenciamento. Este comitê será responsável por elaborar as diretrizes do grupo, definir metas, planos de ação e organizar atividades e eventos.
É importante estabelecer uma estrutura clara, definindo quem pode participar, como serão tomadas as decisões e quais serão as responsabilidades da membresia. É essencial que regras básicas de funcionamento sejam estabelecidas, como confidencialidade, respeito mútuo e comprometimento com os objetivos do grupo.
Incentive a participação das pessoas colaboradoras
Uma vez estabelecido, é hora de promover o grupo de afinidade e incentivar que as pessoas colaboradoras estejam engajadas com ele. Você pode usar a seu favor comunicações internas, convites para eventos e atividades, incentivando o envolvimento ativo da empresa.
Para isso, os grupos de afinidade devem planejar e realizar atividades e eventos alinhados a seus objetivos de Diversidade e Inclusão. Alguns exemplos possíveis de formatos são palestras, workshops, rodas de conversa, campanhas de conscientização, etc..
Avalie e ajuste a rota
Para garantir o bom funcionamento e a evolução constante dos grupos de afinidade é importante avaliar o desempenho e o impacto das ações na organização.
Pesquisas de satisfação, coleta de feedbacks e análise dos resultados alcançados são formas de acompanhar indicadores e performance. Com base nessas avaliações, o grupo pode ajustar suas estratégias e planos de ação para melhor atender às necessidades da empresa e das pessoas participantes.
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