Trabalho 100% Remoto

02/05/2022

Nossas definições em busca de crescimento com diversidade, equidade e inclusão 

Desde março de 2020, como a maior parte das empresas do mundo, a ImpulsoBeta vivenciou uma série de mudanças na rotina de trabalho e passou por uma transformação acelerada de práticas. Com todos os desafios do modelo remoto que nos propusemos inicialmente para lidar com a pandemia de Coronavírus, fechamos 2021 com um resultado que é quase o triplo de 2019. Ao ouvir nosso time sobre suas expectativas para o futuro, 82% das pessoas escolheu o modelo 100% remoto - o restante, preferiu o modelo híbrido. Fomos conversar com nossas pessoas clientes e validamos que a maioria vê suas empresas seguirem uma parte significava das ações de desenvolvimento e planejamento online. Foi com base nessa escuta ampla e após uma análise profunda, que definimos nossos próximos passos no modelo de trabalho 100% remoto.

É muito bacana tomar essa decisão que parece tão disruptiva na celebração do nosso 7º aniversário. Para quem já ouviu sobre antroposofia, teoria criada por Rudolf Steiner, é aquela ideia de que pessoas, relacionamentos, organizações, vivem ciclos de 7 anos. Como empreendedora, sinto fortemente que a opção por um modelo de trabalho 100% remoto vai nos levar a lugares diferentes dos que vivenciamos até hoje. Outros desafios e outras potencialidades a serem exploradas.

Tomar essa decisão não foi trivial. E por isso mesmo quero compartilhar um pouco do que esteve por trás dessa definição nesse momento em que muitas empresas estão justamente se questionando sobre "como as coisas vão ser pós Covid?". Passamos o último trimestre de 2021 bastante imersos nessa reflexão por aqui, criamos um projeto especial liderado pelo Vinicius Tolentino, nosso diretor de operações e inovação, pesquisamos muito sobre tendências do mercado. Mais do que contar nossa jornada, acredito que tem muito valor compartilhar as crenças que estamos reconstruindo e as motivações que estão nos guiando na esperança de sucesso nesses novos rumos. Vêm com a gente:

1. Dá pra ter Cultura forte no modelo remoto, mas dá ainda mais trabalho

Somos um time de formação recente, em que mais de metade das pessoas entrou depois do início da pandemia de Covid. Construirmos nossa cultura em 2021, revisando nossos valores e criando pela primeira vez comportamentos desejados. Dá um frio na barriga pensar: como manter um time alinhado nisso tudo, coeso na estratégia, se a galera não está se encontrando?

Rodamos também em 2021 nossa primeira Pesquisa de Clima e vimos pontos muito positivos mesmo num time recente e distribuído em várias regiões: + de 80% sabe o que se espera do seu papel. No entanto, 37% não tem uma pessoa melhor amiga no trabalho, o que é considerado pelo instituto de pesquisa norte-americano Gallup como um fator crítico de pertencimento.

Ao estudar muito, descobrimos que o receio de perda ou não construção de uma cultura organizacional é ainda mais real com as pessoas trabalhando de lugares diferentes. Pensando em lidar com esse desafio, demos início às nossas Oficinas de Cultura, encontros bimestrais para o time todo se conectar e participar de experiências de aprendizado em torno dos nossos 4 valores. Também reforçamos muito nosso processo de Imersão para pessoas novas, para garantir que o entendimento de como a ImpulsoBeta funciona seja transmitido de maneira muito intencional, já que as trocas espontâneas são menos frequentes nesse modelo de trabalho. São exemplos do esforços que aumentamos por aqui e sabemos que precisará seguir na nossa prioridade.

2. No online, intencionalidade na gestão de pessoas e nas relações é a regra

Amizades florescem de maneira espontânea em um escritório. Ideias criativas surgem entre pessoas de áreas diferentes que almoçam juntas. Não podemos abrir mão dessas trocas interessantes e de um ambiente de relações de confiança. Mas entendemos que um dos maiores desafios do remoto pode ser tratado com o antídoto da intencionalidade no jeito de pensar as conexões humanas, das reuniões formais ao que é pura interação social.

Começamos a testar muitas práticas nesse semestre que passou: reuniões semanais de time todo com interações descontraídas e acompanhamento de OKRs, reuniões mensais de liderança, comunicação assíncrona pelo Teams, novas dinâmicas em nossos happy hours virtuais - como jogos online e encontros em ferramentas do metaverso.

Por mais que tudo isso funcione super bem, seguiremos sendo seres sociais que buscam conexão e isso demanda contato físico em alguns momento. Por isso, com a superação da pandemia, os encontros trimestrais presenciais com todo o time farão parte de nossa rotina.

A ideia é garantir visão a todo mundo dos pontos que merecem alinhamento estratégico e tático, buscar uma comunicação mais efetiva com o uso de ferramentas e definição de regras de uso do assíncrono e manter encontros que promovam calor humanos e conexão num nível emocional.

3. Podemos acessar talentos espalhados pelo Brasil e mundão afora

Antes da pandemia, nosso time estava baseado 100% em São Paulo. Hoje temos pessoas de Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, diferentes cidades de Santa Catarina, do interior de São Paulo, até um especialista na Colômbia...Qual o ganho disso? Numa companhia de serviços baseada na construção contínua de conhecimento e de experiências, todas as formas de diversidade são importantes. Imagine numa empresa DE DIVERSIDADE! Já temos a prática de abrir vagas afirmativas para pessoas de grupos que são subrepresentados em nosso time e a possibilidade de mais diversidade regional complementa esses esforços.

Mas temos motivações adicionais:

Talentos estão espalhados sem uma lógica específica. Buscamos pessoas para atuar em nossos projetos em clientes, para compor nossos times internos de comercial e marketing e várias outras posições. Ao tirarmos a preocupação com o deslocamento para um escritório físico, passamos a ter acesso a um volume bem maior de pessoas com as capacitações e perfil que buscamos.

Temos a aspiração de uma forte presença nas cinco regiões do Brasil e também de ampliar nossa presença internacional. Acreditamos que nosso sucesso nessa direção vai depender de como conseguimos comunicar nossa mensagem para públicos bastante diferentes. Vamos intensificar o desafio que já passamos de levar discussões de temas como racismo, equidade de gênero e liderança inclusiva de São Paulo a Canãa dos Carajás, no Pará - considerando que isso agora muitas vezes acontece numa reunião ou capacitação online em empresas de clientes que também estão usando muito o online. Também será cada vez mais importante adaptar os desafios de diversidade, equidade e inclusão para sociedades em que os obstáculos passam por populações nativas e fortes diferenças religiosas, como já fazemos em projetos no Canadá e na Ásia. Ter um caldeirão de culturas diferentes representados também em nosso time vai nos ajudar bastante a construir essas pontes.

4. Dá pra promover mais inclusão no modelo de trabalho remoto

Num primeiro momento da pandemia de Covid a maior parte das empresas que tinham essa possibilidade colocou seus times em modelo de trabalho remoto. Tivemos de cara um choque de realidade ao nos depararmos com as condições bastante diferentes que pessoas dos mesmos times tinham em suas casas: quem tinha ou não wifi, um cômodo para si, condições de trabalhar e seguir cuidando de filhos, pet, idosos e da casa quando o mundo fechou as portas. Ficou claro que estávamos na mesma tempestade mas em barcos bem diferentes.

Depois de quase dois anos dessa experiência, aqui na ImpulsoBeta o entendimento é de que depois que as condições básicas de trabalho são equalizadas - auxílio financeiro para home office ou coworkings, garantir equipamentos de trabalho em casa, apostar mais na comunicação assíncrona para diminuir reuniões, as pessoas em geral ganham muito com o modelo remoto.

Na pesquisa que rodamos com nosso time sobre aspirações de modelo de trabalho, vimos que tínhamos pessoas vivendo essa nova realidade de trabalho como forma de maximizar anseios diversos: quem pode finalmente se tornar nômade digital e abrir mão de ter uma casa fixa, quem está feliz por dedicar o tempo de deslocamento a outros interesses e responsabilidades pessoais, quem se sente mais em paz em cuidar da carreira ao mesmo tempo que assume com mais presença a parentalidade. E para quem sofre com a falta de contato com colegas, tentamos oferecer algumas soluções por meio de novas práticas intencionais para promover trocas e conexão.

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Dizem por aí que a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo. Acreditamos nisso por aqui. É sempre assim que funciona desbravar o novo. Todos os dias a gente convida lideranças e profissionais de várias áreas de nossas empresas clientes a quebrar paradigmas. Contrate gente diferente. Promova quem não está pronto. Teste novas maneiras de liderar. Vamos atualizar nosso jeito de nos relacionar.

Queremos muito ter um papel de muito impacto em promover nossa missão de Tornar o Mundo do Trabalho mais Diverso, Equitativo e Inclusivo. Às vezes é possível fazer isso trazendo a teoria para a prática. Às vezes é preciso testar jeitos de fazer onde as teorias deixam lacunas. Compartilho todos esses aprendizados e reflexões sabendo que nossas definições vão passar por vários ajustes ao longo dos próximos 7 anos. Te convido a seguir conosco nesses próximos passos.

Artigo produzido por Renata Moraes, CEO e Fundadora da ImpulsoBeta