es-10 dicas práticas para você arrasar na atração de profissionais talentosas
10 dicas para você arrasar na atração de profissionais talentosas
Confira algumas dicas que a Dani Botaro, ex-sócia da ImpulsoBeta deu em relação ao recrutamento e seleção de mulheres talentosas.
Se sua empresa busca inovação e diversidade na criação de soluções, você vai adorar essas dicas
Há algumas semanas estive no Campus São Paulo, na entrega do 3o Prêmio Mulheres Tech em Sampa, parceria da Rede Mulher Empreendedora e Tech Sampa. E foi incrível! Não só por estimular empresas de tecnologia fundadas ou co-fundadas por mulheres (palmas para os envolvidos), mas por conhecer de perto as soluções pensadas e executadas por mulheres, que impactarão a vida de tantas pessoas. O ponto alto para mim, foi ver quantas CTOs eram as responsáveis pelo desenvolvimento das ferramentas, pois esse é o desafio real. Mulheres em posições técnicas e não só trabalhando em empresas "tech".
E tantos são os motivos que resultam nesse baixo número de mulheres programadoras, cientistas e engenheiras de computação, que não queria escrever mais um artigo para apontar o cenário desestimulante que o setor enfrenta. Poxa, tem tanta empresa se empenhando em atrair, reter e desenvolver mulheres, que queremos focar nas soluções que já existem.
Então, começando do começo, vamos lá: ATRAÇÃO. Se eu perguntar: Quem aqui quer trabalhar no Google? E no Facebook? E na Microsoft? E no Twitter? Ah, quem não quer, Dani? A resposta curiosa é que mesmo essas empresas instituindo processos, fazendo investimentos altos para igualar salários, treinando pessoas ou declarando apoio público de sua liderança à diversidade de gênero, essas e tantas outras empresas tech, estão patinando em atrair mulheres. Logo, atração é um gargalo e também uma oportunidade de mudança do cenário. Pensando nisso, listo aqui algumas dicas práticas e benchmarks de ações que tem trazido impacto positivo para as empresas:
1. Na descrição da vaga, foque em habilidades, não só nos skills técnicos. Nesse setor é muito fácil criar nichos bastante específicos de requerimentos para preencher uma vaga. Esse detalhamento vai reduzir o pool de pessoas que aplicarão à vaga (não só mulheres), principalmente mulheres que podem não ter experiência em linguagens de programação ou plataformas pouco conhecidas. Mas claro que você não quer pessoas desqualificadas para ocupar a vaga e por isso pode adicionar outros atributos como dedicada, quick learner, resiliente, dinâmica e adaptável como complemento à sua lista de requisitos. Esses argumentos podem evitar que as mulheres se afastem logo de cara da sua oportunidade e, que pelo menos apliquem para serem avaliadas.
2. Dê destaque para oportunidades de treinamento e desenvolvimento. Uma pesquisa da PWC em 2015 mostrou que as mulheres são atraídas por empregos onde há oportunidades de crescimento e aprendizado constante. Promova isso na descrição da sua vaga.
3. Evite termos superlativos. Termos como "experts", "fora da curva" ou "ninjas" indicam que você está em busca de profissionais altamente qualificados/as em habilidades muito específicas. Frases como "o/a candidato/a deve ser altamente competente" costuma atrair perfis profissionais mais diversos.
4. E falando de linguagem, cuidado com o uso dos pronomes masculinos e femininos. Olhem esse exemplo que acabei de copiar de uma vaga anunciada na internet: "Fluente em tecnologias Web front-end, CSS, HTML5, JavaScript e com a compreensão clara de como usar o DOM. DEDICADO para automação de testes, refatoração de código e outras práticas de qualidade. Está FAMILIARIZADO com linguagens back-end tais como PHP, Java, Nodejs ou outras". Você acredita que essa é uma descrição inclusiva?
5. Esteja consciente e evite palavras que podem ser correlacionadas um gênero ou outro. Uma pesquisa com mais de 4 mil anúncios de vagas mostrou que adjetivos como competitivo/a, decidido/a e objetivo/a são palavras que atraem mais candidatos do que candidatas. A startup americana TEXTIO, se propõe a ajudar recrutadores a eliminar esse problema, usando palavras neutras do ponto de vista de gênero. Pena que por enquanto só para vagas em inglês, mas olha que boa idéia de startup para ser desenvolvida por aqui.
6. Sobre o regime de trabalho e o ambiente. No documentário "Mulheres HTML" a engenheira do GitHub, Julie Ann Horvath, conta como foi difícil se adaptar em uma equipe onde era a única mulher. A cultura de muitas empresas de tecnologia, principalmente startups é a de que o ambiente é descolado e informal e em um ambiente com maioria masculina, esse pode ser um problema pois o que é considerado informal para um grupo de homens, pode ser considerado ofensivo por muitas mulheres. Ela relata no documentário, que durante o expediente de trabalho presenciou seus colegas assistindo a uma apresentação de striptease no meio do escritório, por exemplo. Outro ponto de atenção na sua vaga é quanto a dedicação de tempo extra e disponibilidade dos/as colaboradores/as. Mulheres, em geral, ainda assumem as tarefas da família e essa expectativa de dedicação incondicional ao trabalho, pode afastar as candidatas.
Fonte: Blog New York Times
7. Divulge as vagas em foruns e diferentes locais. Se você procura profissionais de engenharia e só mandar anúncio de oportunidades para lista de talentos da faculdade de engenharia X, onde se sabe que a maioria absoluta dos formandos é masculina, você terá poucas chances de diversificar seu/as candidatos/as. Ano passado, estivemos na FEA/USP realizando com a Cummins, empresa de motores a diesel, um evento de discussão e conscientização sobre os desafios adicionais que as mulheres enfrentam para avançar na carreira. Apresentamos pesquisas, em seguida, a diretora de Compras da empresa compartilhou situações em que, se não fosse a forte cultura de diversidade e respeito às mulheres da empresa, teriam feito com que ela repensasse sua carreira. Ir até seu público e se posicionar sobre o assunto, é uma das melhores maneiras para proporcionar atração mais diversa de talentos. Além disso, existem plataformas online de divulgação de recrutamento que podem ser bastante úteis na hora da sua comunicação com seu público desejado. Um exemplo ótimo disso é a EstagioTrainee, direcionada para a divulgação de programas de estágios e trainees de diversos setores da indústria! Se sua empresa tiver programas voltados à diversidade, essa é a hora de divulgar em todos os meios de comunicações!
8. Incentive seus/as colaboradores/as a indicar pessoas diversas. Quando você tem bons profissionais na sua empresa, é natural que você peça para essas pessoas indicarem talentos para a posição em aberto. Se não houver uma ação definida ou se a empresa não der destaque a um perfil mais amplo de profissionais que está buscando, dificilmente o perfil de indicações será diferente do da maioria dos seus funcionários: homens, heterossexuais e brancos. O Slack, aumentou em 24% o número de engenheiras só de incentivar seus/as funcionários/as a indicarem candidatas para vagas.
9. Faça parcerias com organizações que já promovem mulheres em tecnologia. Para que reinventar a roda? Faça parcerias com organizações como Programaria, Py Ladies, Mulheres na Computação, Girls in tech, Minas Programam e tantas outras que já possuem base de dados de mulheres que atuam em tecnologia e podem ajudar sua empresa em ações certeiras de comunicação.
10. Destaque as mulheres da sua empresa. #rolemodelsmatter. No Brasil, Paula Bellizia e Fiamma Zarife comandam as operações da Microsoft e do Twitter, respectivamente. Só isso por si só já aumentam as chances dessas empresas em atrair mais candidatas. Assim como os homens, as mulheres buscam oportunidades de avançar em suas carreiras e quando identificam empresas onde mulheres estão avançando, ficam mais propensas a fazer parte delas.
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